terça-feira, janeiro 29, 2013

Crónica sobre Crónicas (Recuperada!)

Ao procurar uns livros antigos para emprestar, deparei-me com um pequeno dossier que continha os textos que escrevi durante o 10º ano, o ano em que mais gostei da disciplina porque era debruçada sobre pequenas obras e muito à base da expressão escrita. E aqui está, encontrei lá uma crónica que a professora pediu para escrevermos.
A escrita é ligeiramente diferente e claro que nota-se alguma evolução, mas gostei da crónica e por isso resolvi recuperá-la para o Blog.

"Crónica sobre Crónicas"

Ao começar a escrever esta página de crónica, interrogava-me como haveria eu de arranjar um tema para escrever uma crónica...
Enfim, pensei em falar do governo, da guerra ou da Internet, mas todos esses temas já estão tão usados que provavelmente só iria escrever lixo. Por isso, decidi-me por ligar a televisão.
Erro total, obviamente! O raio do aparelho passa a vida a distribuir publicidade pelos olhos dos portugueses, de tal maneira que dei por mim a contar o tempo que demoravam os reclames ou quanto duravam os intervalos da publicidade dos nossos canais de excelência. Sim, porque, mesmo a programação, é uma pouca vergonha. Não há nada de jeito, tirando dois ou três programas como o Prós e Contras e alguns Telejornais. Vão-se aproveitando umas "sobras".
Entretanto, enquanto premia os botões do comando do magnífico aparelho da Thomson, começou o Jornal das 8. Parei imediatamente no canal que ainda tem alguma cotação na minha lista de coisas a fazer, a RTP. Afinal estava completamente enganado! As notícias eram sobre coisas actuais que estavam mais que usadas e não era eu que ia fazer uma crónica sobre o caso Freeport, sobre o Barack Obama ou sobre a Crise Financeira Mundial.
Apaguei o televisor e decidi então abrir o Google. Mas como haveria eu de encontrar um tema na Internet? Pareceu-me uma estupidez, logo, consultei o meu correio electrónico e desliguei o computador.
Dirigi-me ao meu quarto (não sem antes ter passado pela cozinha para ver o que era o jantar) e peguei nas revistas que por lá tinha. Afinal, à terceira costuma ser de vez. Desfolhei, desfolhei...
Fartei-me eu de desfolhar as páginas das revistas, mas nada. Só futilidades. Para que é que eu quero saber quem é a nova namorada do Cristiano Ronaldo ou para onde vai a Diana Chaves passar férias? Como diz o outro, se ele fizesse algo de útil para a sociedade é que andava bem. Investia no nosso país.
E, com tudo isto, ainda andava eu à procura de um tema para a crónica. Decidi abrir uma enciclopédia. Tinha temas bons e interessantes. Mas não o suficiente para atrair qualquer leitor. Demasiado chatos e preocupados. Vou falar sobre o quê? Sobre a Termodinâmica ou sobre as invenções da humanidade? Quem é que vai ler isso? Não estava, nem estou, muito optimista para isso.
Então, decidi fazer mais uma tentativa. Decidi consultar o jornal. O que costumo ler sempre, ou quase todos os dias: o Jornal de Notícias.
Primeira página: Gripe Suína mata mais...
Nem cheguei a abri-lo. Vou falar da gripe suína ou do vírus da SIDA?  O mundo já está demasiado alertado para eu focar o tema, embora seja sempre importante. Não, para mim não é tema que mereça ser inserido nesta crónica.
Para falar de doenças, os senhores se quiserem, vão ao vosso médico de família ou fazem uma pesquisa na Internet. Agora, na minha crónica, não entram cá doenças, até porque me infectam o papel e depois é um problema. Só tenho medo que essas doenças me afectem a escrita. Depois não escrevo nada de jeito.
Mas, passando à frente, foi neste momento que me sentei e reflecti: "Daniel, tu vais fazer este trabalho nem que seja com um tema qualquer". Começava já a entrar em pânico.
Não há nada de jeito para falar, já não se faz nada como antigamente. Até os temas são muito maus para se falar e estão muito usados.
Portanto, foi nisto que reparei que o que já tinha feito era merecido para alertar o mundo; era motivo de crónica e decidi voltar a iniciar o computador, abrir o Word e começar a digitar. E agora cá estou eu a contar-vos a minha simples crónica, mas de um alerta para o mundo. Deixem-se de Futilidades!
Daniel Matos, nº9 10ºA

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