quinta-feira, novembro 15, 2012

A Brutalidade de uma insignificância - O.E. 2013

Insignificância é definida pelas quantias que o orçamento de estado corta em cada Instituição do Ensino Superior e Universidades do país, mas resume à brutalidade de tirar aquilo que mais queremos: o Ensino Superior Qualificado. Atiramos assim décadas de subidas em rankings educativos e agora caminhamos num sentido descendente sem que haja explicação plausível. O que é afinal este Orçamento de Estado de 2013 se não uma brutalidade para as famílias e em especial aos alunos do ensino superior?
A Brutalidade é isto: duzentas e tantas pessoas decidirem por tantos e tantos uma coisa impensável, segundo pressões da banca e alguns sectores onde foi gasta essa dívida excessiva e acumulada: mas afinal quem é que contraiu a dívida? 
A pergunta é sempre um pouco escondida da sociedade, encoberta com manipulações de notícias, geradas por grandes interesses económicos e para segurança de alguns indivíduos que se passeiam em altos carros e que cometeram crimes económicos e sociais que não são atribuidos nem julgados neste país.
O Instituto Politécnico de Coimbra viu reduzido em 36% o orçamento total desde 2010 para 2013, o que representa um corte brutal numa fatia que é quase como tirar o orçamento de 2 a 3 escolas do Instituto. Tem-se mantido calado, num sentido de gestão e até se vê um aumento no dinheiro atribuido de 2012 para 2013. No entanto, não sejamos enganados pela manipulação das notícias: o IPC tem de pagar mais de 3 milhões em taxas e atribuições obrigatórias o que gera um orçamento menor ainda do que o atribuído!
A Brutalidade é ao mesmo tempo uma insignificância no OE de 2013. Dá vontade de rir não dá? Pois, o estado procura sempre tirar aos sectores que sempre geriram a dívida correctamente, gerindo sempre o que lhes era atribuído, ao cabo que outros sectores da sociedade eram corrompidos de dívidas sobrepostas e alargadas.
É verdade e temos de admitir: a pressão da troika e da Alemanha são enormes.
Mas sejamos verdadeiros: estamos no topo de propinas da Europa, pagamos imenso para conseguir ter um curso superior, para ter um futuro e continuamos a viver num país que está constantemente a tirar-nos a educação.
É preciso lembrar as percentagens estipuladas de 40% de licenciados para 2020 e o que proporciona o processo de Bolonha. Afinal que caminho estamos a seguir se é exactamente o oposto ao qual nos propusemos? Afinal que futuro queremos ter se cortamos sempre na mesma coisa, se aumentamos já tanto e possivelmente iremos atingir o tecto máximo de propina (que será esse aumentado também!)?
É mais que tempo de fazermos pressão e dar-mos a conhecer à sociedade a imensa causa porque lutamos, onde estão envolvidos estudantes, docentes e não-docentes, onde todo um bloco de Escolas está à espera de um resultado positivo no OE 2013.
É preciso dar números às pessoas, dar sentido ao nosso protesto, lembrar ao Estado o que realmente nos tira e focar a atenção naquilo que verdadeiramente damos sentido nesta luta! 
É necessário lembrar que um aluno do Ensino Secundário, 2º e 3º ciclo é lhe atribuida uma verba mais que 2 vezes superior aquela que é atribuida a cada um de nós! É necessário perceber que os nossos gastos deviam ser imensamente maiores aos deles, quando são o contrário visto que necessitamos de muito mais para aprofundar o nosso estudo, a nossa investigação e sermos profissionais de excelência!
É a brutalidade das consequências através da insignificante quantia no peso dos gastos de 3 Milhões (no caso do IPC) que vai levar a mais abandono escolar, mais desistência, mais desmobilização e muito mais emigração.
Afinal que país andamos nós a construir?
Se uma hora era preciso chegar, esta é a ideal para lutar pelo que é nosso e pelo que tem de ser um direito neste país que firmemente se aguenta apesar de tudo o que tem de sofrer!
Sejamos estudantes, sejamos portugueses. Coimbra precisa!

P.S. : A Alemanha foi perdoada na sua dívida 3 vezes na história e no último século. Dá que pensar.

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