segunda-feira, fevereiro 07, 2011

Quem responde às cartas que não te escrevo?

São horas de dormir
Mas o sono foi-se
A biologia quer-me ainda preso por mais uns minutos...

E eu divago no profundo de mim
De como é dificil
Não falar, não estar
E sobretudo não permanecer.

Porque aquilo que falo, não chega
Aquilo que digo, não se distingue
Aquilo que penso, dilui-se no ar
E o que escuto não é mais que meras palavras.

Porque eu preciso de sentir
Porque eu preciso de exprimir
Do verso solto que eu faço
Sobretudo de te ouvir
De ver, escutar.

Eu não sei se passo,
Apenas de isso mesmo.
De ser "um ser" ou ser "o ser"
Cada vez que olho através da janela que não existe.

Porque eu sou eu, e tu és tu.
E os passáros voam.
As serpentes rastejam neste mar de folhas
E tu és tu. Eu sou eu.
E o Nós?

Perguntas ao vento, quem sabe?
Perguntas ao mar, quem vive?
Perguntas ao céu, quem voa?
Mas perguntas sempre a ti propria, e não sabes...
Quem sente?

Porque eu sou eu e tu és tu.
E as palavras são curtas para eu falar
E porque são pequenas para eu escrever
E porque custam dizer para eu as ouvir
E porque... porque não?

Porque sou eu e tu, porque não nós?

E porque não está hoje o céu estrelado?
Será que brilha o céu amanhã?
Ou será que estará o rio mais limpo?
Porque o que sei, é que eu sou eu e tu és tu.
E para quando será o Nós?

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