domingo, novembro 21, 2010

Semente.

Calem-se os meus campos
Ouçam a verdade
De um pobre semeador de terras
De um pobre domador de feras
E façam assim
Semente por semente
Ao natural, ao ritmo sazonal
Do meu lamento.

Os ribeiros que correm lá em baixo
São águas frias que cortam os campos
Os regadios, os baixios,
Os sitios onde me perco de encantos
E cortam meu mundo em perigo
Passo a passo,
Raia o sol matinal, o sol da minha vida
Esse sol que ilumina o meu trigo.

Sou um semeador,
Um semeador de palavras
Um semeador de ideias inspiradas
Pelo sol que corre o meu dia
Pelos corvos que ignoram o meu espantalho
Das águas e dos ribeiros
E pelos meus campos, pela minha semente
Que para mim são encantos, para mim são gente

Osvaldo Sanches

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