sábado, novembro 20, 2010

Osvaldo

Ora quente, ora frio
Osvaldo seguia o seu caminho
Ardúo, sofrego, doseado de cansaço
Caminha sobre as cementeiras do Travasso

As risadas dos pássaros
Atenuam uma morta paisagem
De quem ouve, de quem passa
De quem capta esta imagem

O ribeiro corre lá pelo fundo
Águas paradas, águas tristes
Águas que Osvaldo deixa escorrer no seu mundo
E vão cair no seu pensamento profundo

E de quantas vezes Osvaldo tentou
E de quantas vezes Osvaldo sorriu
Mas de nada lhe serviu
E a este destino o ditou

E Osvaldo agora definha
No seu leito sozinho
De quem não tem pão
De quem não tem vinho

E o seu esforço é inglório
De chamar os de mais perto
A sua alma é vazia
E os campos, um deserto

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