Marcho em direcção ao Norte
Nada sei de nada
Nem as horas poderei saber
Obrigaram-me a saltar da cama
Esses cães do poder
Metralhadora em punho
Olhar desconfiado
Percorro o meu caminho
Em passo apertado
De quem não está sozinho
Mais uma bomba,
Mais um avião
Carnificina Degradante de quem não tem,
Nem Pátria nem sangue,
De quem não marcha com o teu nome
Nos lábios rugosos do ser.
E me acha neste mundo denso e profundo
Descoberto e incerto
De quem outrora foi e julgar parecer
Agarrando cada bala,
Cada bomba, cada arma
Com a força indestrutivel do exército
Faço dos braços meu motor
Das balas minhas garras
Combato por amor,
E sem escudos ou espadas.
Carlos Padrão
sábado, novembro 27, 2010
terça-feira, novembro 23, 2010
Decreto sobre o Amor
Risos e glórias
Leis e argumentos
Factos são factos
Lamentos são lamentos
Meu pensamento, meu cruel pensar
Rasgos de sorte, provas de um crime
Que nunca quis provar
Amor, quantas vezes pergunto o que seja
Amor na tarde que troveja
Meu pensamento e pesar
Amor já fui eu encontrar no braços de meu lar
Amor outra vez no decreto de lei
Das testemunhas de meu tribunal
Que me faz vibrar num alto vendaval
E volto a escrever no meu quadro a tinta
Nome suave, nome que o destino finta
Nome que toca meu paladar
A quem eu chamo Jacinta.
Rodrigo Lacerda - Juíz da Comarca de Chaves
Leis e argumentos
Factos são factos
Lamentos são lamentos
Meu pensamento, meu cruel pensar
Rasgos de sorte, provas de um crime
Que nunca quis provar
Amor, quantas vezes pergunto o que seja
Amor na tarde que troveja
Meu pensamento e pesar
Amor já fui eu encontrar no braços de meu lar
Amor outra vez no decreto de lei
Das testemunhas de meu tribunal
Que me faz vibrar num alto vendaval
E volto a escrever no meu quadro a tinta
Nome suave, nome que o destino finta
Nome que toca meu paladar
A quem eu chamo Jacinta.
Rodrigo Lacerda - Juíz da Comarca de Chaves
domingo, novembro 21, 2010
Semente.
Calem-se os meus campos
Ouçam a verdade
De um pobre semeador de terras
De um pobre domador de feras
E façam assim
Semente por semente
Ao natural, ao ritmo sazonal
Do meu lamento.
Os ribeiros que correm lá em baixo
São águas frias que cortam os campos
Os regadios, os baixios,
Os sitios onde me perco de encantos
E cortam meu mundo em perigo
Passo a passo,
Raia o sol matinal, o sol da minha vida
Esse sol que ilumina o meu trigo.
Sou um semeador,
Um semeador de palavras
Um semeador de ideias inspiradas
Pelo sol que corre o meu dia
Pelos corvos que ignoram o meu espantalho
Das águas e dos ribeiros
E pelos meus campos, pela minha semente
Que para mim são encantos, para mim são gente
Osvaldo Sanches
Ouçam a verdade
De um pobre semeador de terras
De um pobre domador de feras
E façam assim
Semente por semente
Ao natural, ao ritmo sazonal
Do meu lamento.
Os ribeiros que correm lá em baixo
São águas frias que cortam os campos
Os regadios, os baixios,
Os sitios onde me perco de encantos
E cortam meu mundo em perigo
Passo a passo,
Raia o sol matinal, o sol da minha vida
Esse sol que ilumina o meu trigo.
Sou um semeador,
Um semeador de palavras
Um semeador de ideias inspiradas
Pelo sol que corre o meu dia
Pelos corvos que ignoram o meu espantalho
Das águas e dos ribeiros
E pelos meus campos, pela minha semente
Que para mim são encantos, para mim são gente
Osvaldo Sanches
sábado, novembro 20, 2010
Bala
Ta-ta-ta-ta-ta-ta. Ta-ta
O som das balas ecoa
Neste céu de Bagdade
A cidade que perdoa
Dos actos de clandestinidade
Mais um taliban que se vê no horizonte
Mais uma ordem americana que me chega ao ouvido
Cover me, Cover me,
É mais uma bomba, mais um atentado
É mais uma forma de protegermos o aliado.
O serviço do meu país exige de mim
Matar por matar
ao menos que tenha de ser assim
Ta-ta-ta-ta-ta-ta-ta. Tatatata.
Carlos Padrão - Militar Português, 27 anos, Afeganistão
O som das balas ecoa
Neste céu de Bagdade
A cidade que perdoa
Dos actos de clandestinidade
Mais um taliban que se vê no horizonte
Mais uma ordem americana que me chega ao ouvido
Cover me, Cover me,
É mais uma bomba, mais um atentado
É mais uma forma de protegermos o aliado.
O serviço do meu país exige de mim
Matar por matar
ao menos que tenha de ser assim
Ta-ta-ta-ta-ta-ta-ta. Tatatata.
Carlos Padrão - Militar Português, 27 anos, Afeganistão
Carta de Osvaldo
Caro jovem Daniel,
De tantas cousas que a vida me deve, meus pais me deram o nome de Osvaldo Sanches.
Muitos dias passaram desde que nasci em Salvaterra d' Extremo e desde essa altura me formei como homem. Meu pai sempre quis uma boa educação para mim, mas nunca houve dinheiro que conseguisse pagar esse ensino. Apenas tenho o nono ano, mas já tenho uma experiencia de vida bastante considerável. Os meus 32 anos me dizem isso. Fui registado a 3 de Outubro de 1978, na altura de grandes reboliços a seguir ao 25 de abril e o unico trabalho que conheço é a lide do campo e dos bois. Devo ser dos últimos em Portugal. Mas meu pai sempre me ensinou isso, mesmo quando chorei sobre a sua campa há 10 anos. Minha mãe morreu nova, quando eu apenas era um bebezinho e pouca memória me ocorre dela, mas meu pai sempre me deu educação para lutar p'la vida.
Hoje escrevo porque na sei quanto tempo vou viver mais. Uma pessoa que está sozinha numa aldeia deserta com um cancro no pulmão não pode fazer mais nada*. E pouco me consigo mais que mexer para te escrever.
Meu corpo há-de resistir e enquanto isso hei-de fazer minha vida quando der.
Deixo-te aqui as minhas coisas para que um dia puderes pegar nelas, fá-lo. Afinal não tenho descendentes e desde que vieste cá não conheço mais do que dez pessoas.
Podes contar a minha história de vida, como sei que queres, e mesmo os meus poemas que pouco têm de correcto mas eu considero que o campo é o melhor da vida.
Um abraço,
Osvaldo Sanches
*Osvaldo morreu no dia 28 de Outubro de 2010 a caminho do Hospital de S.Teutónio - Viseu
De tantas cousas que a vida me deve, meus pais me deram o nome de Osvaldo Sanches.
Muitos dias passaram desde que nasci em Salvaterra d' Extremo e desde essa altura me formei como homem. Meu pai sempre quis uma boa educação para mim, mas nunca houve dinheiro que conseguisse pagar esse ensino. Apenas tenho o nono ano, mas já tenho uma experiencia de vida bastante considerável. Os meus 32 anos me dizem isso. Fui registado a 3 de Outubro de 1978, na altura de grandes reboliços a seguir ao 25 de abril e o unico trabalho que conheço é a lide do campo e dos bois. Devo ser dos últimos em Portugal. Mas meu pai sempre me ensinou isso, mesmo quando chorei sobre a sua campa há 10 anos. Minha mãe morreu nova, quando eu apenas era um bebezinho e pouca memória me ocorre dela, mas meu pai sempre me deu educação para lutar p'la vida.
Hoje escrevo porque na sei quanto tempo vou viver mais. Uma pessoa que está sozinha numa aldeia deserta com um cancro no pulmão não pode fazer mais nada*. E pouco me consigo mais que mexer para te escrever.
Meu corpo há-de resistir e enquanto isso hei-de fazer minha vida quando der.
Deixo-te aqui as minhas coisas para que um dia puderes pegar nelas, fá-lo. Afinal não tenho descendentes e desde que vieste cá não conheço mais do que dez pessoas.
Podes contar a minha história de vida, como sei que queres, e mesmo os meus poemas que pouco têm de correcto mas eu considero que o campo é o melhor da vida.
Um abraço,
Osvaldo Sanches
*Osvaldo morreu no dia 28 de Outubro de 2010 a caminho do Hospital de S.Teutónio - Viseu
Osvaldo
Osvaldo seguia o seu caminho
Ardúo, sofrego, doseado de cansaço
Caminha sobre as cementeiras do Travasso
As risadas dos pássaros
Atenuam uma morta paisagem
De quem ouve, de quem passa
De quem capta esta imagem
O ribeiro corre lá pelo fundo
Águas paradas, águas tristes
Águas que Osvaldo deixa escorrer no seu mundo
E vão cair no seu pensamento profundo
E de quantas vezes Osvaldo tentou
E de quantas vezes Osvaldo sorriu
Mas de nada lhe serviu
E a este destino o ditou
E Osvaldo agora definha
No seu leito sozinho
De quem não tem pão
De quem não tem vinho
E o seu esforço é inglório
De chamar os de mais perto
A sua alma é vazia
E os campos, um deserto
Aquele era o tempo...
O tempo em que as nossas mãos se uniam no mesmo tacto.
O tempo em que o nosso caos era a solução para o amor.
O tempo em que o coração batia e o ar fluía
O tempo da irradiação total de felicidade por cada poro do corpo
O tempo em que ambição da conquista fazia a minha luta
O tempo em que a memória era a tua imagem e a minha voz o teu corpo
O tempo em que rasgava os céus no mais profundo luar
O tempo em que me unia a mais 10 e lutávamos lá dentro dando tudo
O tempo em que o amuderecimento estava na eclosão
O tempo em que não havia tempo para corar, para esquecer
O tempo em que girava o mundo à volta de nós
O tempo em que o descanso era o sofrimento do dia
O tempo em que a motivação era o prato desse mesmo dia
O tempo em que o trabalho sabia a descanso e o descanso a trabalho
O tempo em que as garras saiam das minhas mãos para nunca mais largar a presa
E para lutar, lutar, lutar até à exaustão.
O tempo é o tempo, e o tempo moldou-me para ser o que sou hoje.
terça-feira, novembro 16, 2010
N(G)A(S)TO
NATO.
Cimeira da Nato.Hoje foram anunciados as medidas de segurança durante a cimeira e aqui está o preço a pagar: "5 milhões de euros" a voar em alguns dias...Continuamos a querer exibir-nos como sempre: as cimeiras, o Euro2004, etc,etc,etc.É de facto verdade. O que me leva a uma questão: "Será possivel que não consigamos mostrar alguma coisa sem gastar?"O FMI está de facto em cima de nós, a Comissão Europeia ainda mais nos aperta, e já nos chamam Irlanda do Sul ou Grécia Latina. O defecit (penso que se escreve assim) continua a crescer e a crescer...Os gastos são enormes, a crise continua eminente na nossa mira, nos nossos olhos, no dia-a-dia. E de quem é a culpa? Dos bancos? Sim. Do Grande CRASH Mundial? Sim, mas o Governo tem papel importante nesse capítulo, nessa especulação financeira.Se calhar não são só os portugueses que tem de conter os gastos para dar ao estado... Se calhar o Próprio GOVERNO deve dar ao próprio bolso. À que pensar qual é o caminho. À que pensar em contenção para pagar-mos a despesa.Está na hora de mudar, mostrem-me que vale a pena a pouca esperança que deposito nos deputados.
Para que o meu país e dos meus filhos não seja pior do que aquele que vocês encontraram.
quinta-feira, novembro 11, 2010
Cirurgia ao Ser
O mundo reserva ao ser
A beleza de interpolar uma rima
Uma lembrança... um pensamento
Algo que não sai de cima
Da minha mente perdida,
No meu corpo dolente
Que finge secretamente
A dor que não sente.
Diz Pessoa, afirma e sublinha
Dor que é dor num poema
É demasiado fingida
E nos faz pensar o tema.
E afinal o que somos nós?
Restos de poeiras cósmicas
A boiar no universo do pensar
Na universalidade do pesar
E reescreve a minha alma
Atenta e firme
De quem fala, sente e pensa
Dentro do meu ser Sublime
A beleza de interpolar uma rima
Uma lembrança... um pensamento
Algo que não sai de cima
Da minha mente perdida,
No meu corpo dolente
Que finge secretamente
A dor que não sente.
Diz Pessoa, afirma e sublinha
Dor que é dor num poema
É demasiado fingida
E nos faz pensar o tema.
E afinal o que somos nós?
Restos de poeiras cósmicas
A boiar no universo do pensar
Na universalidade do pesar
E reescreve a minha alma
Atenta e firme
De quem fala, sente e pensa
Dentro do meu ser Sublime
sexta-feira, novembro 05, 2010
Revolta
Hoje eu sinto
Hoje eu não me calo
Hoje eu falo,
E pratico o sentimento relativo
Ao meu conhecido amigo
Hoje eu não abafo
Hoje eu solto
Hoje eu sou, hoje quero
Hoje sonho, hoje espero... desespero!
Irritação do ponto do subconsciente de ebolição
Que desagua no mar de inquietação
Paz e Solidão
Amor e Convicção
Não actuam neste mesmo palco que eu,
Não praticam e complicam mais um sonho meu,
Não caracterizam nem realizam esse pensamento teu.
De ser alguém, de me dar a quem
Tem mais conhecimento
Para dar um grito ou um boicote
Na tua actuação.
Eu sigo a minha intuição que me diz
Não me arrepender nada de que fiz,
É esta a minha impressao, a minha ideia, o meu desabafo
Neurónios criticam a impressão que o staff
Cala-vos a boca das ideias que nao me convencem
Vocês não pertencem ao meu povo.
Começem do inicio, de novo!
Alterem e tirem o vosso esquema de novo.
Hoje eu não me calo
Hoje eu falo,
E pratico o sentimento relativo
Ao meu conhecido amigo
Hoje eu não abafo
Hoje eu solto
Hoje eu sou, hoje quero
Hoje sonho, hoje espero... desespero!
Irritação do ponto do subconsciente de ebolição
Que desagua no mar de inquietação
Paz e Solidão
Amor e Convicção
Não actuam neste mesmo palco que eu,
Não praticam e complicam mais um sonho meu,
Não caracterizam nem realizam esse pensamento teu.
De ser alguém, de me dar a quem
Tem mais conhecimento
Para dar um grito ou um boicote
Na tua actuação.
Eu sigo a minha intuição que me diz
Não me arrepender nada de que fiz,
É esta a minha impressao, a minha ideia, o meu desabafo
Neurónios criticam a impressão que o staff
Cala-vos a boca das ideias que nao me convencem
Vocês não pertencem ao meu povo.
Começem do inicio, de novo!
Alterem e tirem o vosso esquema de novo.
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