sexta-feira, junho 21, 2013
Não deixem morrer o Luso!
Central de Cervejas, Março de 2008
A aquisição da Cerveja Sagres e do Grupo da Central de Cervejas pela Heinekein o que dita o futuro da S.A.L. (Sociedade das Águas do Luso), dos refrigerantes Jói e das Águas do Cruzeiro, na Vacariça, assim como a representação de várias marcas de refrigerantes internacionais no mercado interno.
Ora, como recentemente lembrou uma publicidade não oficial da SuperBock, este ano de 2008 representou uma viragem pois a Cerveja Sagres passou a ter capital holandês, assim como por anexo a melhor água do país, sim a melhor água do país! Vialonga, local de produção da Sagres, passou a ser apenas um posto de controlo de um grupo massivo, embora líder de mercado, o que levou a rating's espectaculares com a Sagres a passar a SuperBock nos rankings de vendas, coisa que poucas vezes (se não nenhuma!) anteriormente fora alcançado.
Não nos iludamos e voltemos ao tema. As Águas do Luso não perderam qualidade, mas têm ultimamente feito pior do que todos podíamos pensar ao Luso, porque as pessoas passaram a consumir um produto que foi deslocalizado do LUSO para ser Engarrafado na VACARIÇA, retirando ao comércio local grande movimento. As pessoas conhecem o Luso e o Buçaco de fotografias e da água que bebem (que já é tão pouca, pela tristeza de competitividade que se tem vindo a verificar, visto que águas como Penacova, Estrela e Caramulo são mais baratas), mas o Luso era conhecido pelas termas e pelos momentos naturais da Mata Nacional.
Das termas resta pouco. A fraca qualidade das gerências tem vindo a diminuir o número de hospedes no Luso e nem o extremo esforço de promoção que tem sido feito pela Junta de Turismo Luso-Buçaco tem contribuído para uma amostra dos tempos de glória do Luso. Já da Mata... a última tempestade que assolou o nosso país fez com que o cedro mais antigo da Europa se partisse ao meio, o que deixou as gentes que por aqui vivem tristes e cabisbaixas.
O mais triste é que o Estado não faz nada! É triste que uma Mata como a do Buçaco, que podia ser igualada a Património Mundial, se o Estado fizesse por isso, e devolve-se infraestruturas à Mata. Incrível como se gastaram fortunas em Sintra, em Auto-Estradas por esse litoral fora e, pelo Interior, o esforço que existe em manter a região é das pessoas que ainda lutam por ela, que qualquer dia serão nenhumas.
É vergonhoso como a Mata que pode ombrear com a Laurissilva da Madeira ou a da Serra de Sintra, ambas Património Mundial, continue a arrastar-se por anos e anos com a boa vontade destas gentes.
E as termas? A SAL?
Em que apostam eles? Nada. Esperam benefícios sem a aposta na promoção do Turismo. O Luso tem perdido tanto com gente como esta que apenas vê os seus próprios bens e não percebe que tem de envolver as termas com aquilo que está à volta... Olhem para modelos como o das Caldas da Felgueira, termas essas que ficam ao pé de Canas de Senhorim, num buraco, uma aldeia pequenissíma, sem nada em volta e com uma boa taxa de ocupação, bons preços e óptima promoção. Acessos? O IC 12 (que termina numa nacional) e as nacionais mais 10 minutos por uma estrada municipal...
E a SAL?
A Heinekein quer saber é de lucros. Não se importa se retira movimento a uma vila no meio de uma serra, não se importa com as pessoas e com os benefícios que o Luso tirava daí, preferindo uma deslocalização para uma fábrica na Vacariça que poderia oferecer as mesmas qualidades se a fábrica do Luso sofresse ampliação ou modificações.
E quem perde... é o Luso!
Como diria a publicidade, OBRIGADO GRUPO HEINEKEIN.
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