Porquê falar de alguém? É raro de facto falar de pessoas individuais, mas falo de Samuel Mira, jovem português de Chelas, ou para quem ainda não chegou lá, STK: SamTheKid. Samuel Mira, começou no hip hop bem cedo, e é de facto uma afirmação, para muitos (e para mim) um dos melhores rapper's portugueses, ou se não o melhor. Samuel representa uma geração, representa o protesto na música de intervenção e sempre com batidas que são audiveis, sem grande peso na cabeça. Poeta limpo que condiz as palavras com a sua situação: a situação das ruas, bairros sociais, droga, protesto, a tendência da abstenção, a falta de politicas entre tantos outros assuntos residentes nos nossos lares e no nosso país.
A poesia/canção de intervenção não é feita ao acaso. Samuel Mira parece transportar para si uma forte carga de simbolismo nas suas musicas, "Nao e correcto e sou mais poeta que vocês, todos voz do rock,pop,hip hop escrita em ingles", a critica à pouca aposta na musica nacional e no cantar em português. Samuel ainda aponta tantas outras caracteristicas e podres da sociedade. Os albuns especiais e sequenciais que Sam produziu: Entre(tanto), Sobre(tudo) e Pratica(mente). Estes albuns apresentam uma evolução notável no artista, o amadurecimento de um protesto que não deixa a quem ouve, indiferente.
Digo-vos com toda a sinceridade que ouço (sobretudo o pratica(mente)) do principio ao fim, sem interrupções. Samuel junta ainda aos seus "beats" partes de musicas ou declamações de poemas/textos que tornam mais ricas a composição musical e voltam a frisar o valor nacional como o diz: "Mas aqui o samuel é madredeus é dulce pontes/ porque ha uma identidade, voces sao todos identicos/ são...autenticos mendigos vendidos por centimos/ não...compreendem o meu sentimento e mentem....".
Mas musicas como "Negociantes" ou "Abstenção" referem temas também muito importantes como o tráfico e a politica vista pelos jovens. Samuel é para mim, fonte de inspiração e por isso identifico-me com a musica que ele produz. Tantas e tantas criticas que precisavam por vezes de uma maior divulgação.
"Juventude, é mentalidade!" :)
domingo, março 13, 2011
quinta-feira, março 10, 2011
Coerência: O princípio do Vazio
Ninguém ouve o vazio do silêncio na noite que corre porque é o vazio que se destingue de tudo o resto, e o resto, esse, é deveras subjectivo. É o vazio que percorre o céu. É o vazio que avança pelo mar. É o vazio que rouba as almas. É o vazio subjectivo se o resto for concreto. Ou vice-versa?
Rasgos da intensidade, meras palavras do vazio que escrevo, do vazio, esse, residual na minha cabeça, residual na nossa projecção de relação, na nossa intimidade que é sobretudo ela, vazia, ou no máximo, reduzida. Reduzida, melhor que vazio. Prespectivas optimistas do mundo ouvem-se com a palavra reduzida. Nada tem sequência no que escrevo, porque o que escrevo, apesar de coerente reflecte a minha cabeça e o meu coração: pedaços de nada, e sobretudo, vazio. Porque eu não sei, e a dúvida é cada vez maior. Mas aperta cá dentro, onde no fundo no fundo, não sei se haverá algo, talvez... Vazio.
Arrumamos em gavetas recordações do que fomos, e talvez, até do que não fomos. Somos a ignorância de seres, somos a prespicácia do contingente terreno que nos deu inteligência. Nem vale a pena entrar por aí. Porque a nossa inteligencia leva-nos, ou pelo menos está a levar-nos para o vazio. Nem meio cheio, nem meio vazio. Vazio de inteligência. Cheio só da ignorância.
Apetece-me não escrever correctamente (José Saramago?), mas ainda consigo ter consideração por alguma alma, essa talvez não-vazia leia o que escrevo. Se o que escrevo é tão vago, tão vazio de coisas e cheias de nada, e se pouco sentido faz ou pouca coêrencia têm, a mim isso não me importa.
O estado de latência, resulta da conservação da caixa do Nada, do vazio que enche os cantos da casa, e ouço, sobretudo, esse silêncio ensurtecedor da noite. Eu não sei. Doido. É talvez loucura sim. Podes-me chamar louco que não levo a mal. Porque dentro do meu cérebro e do meu coração só ouço o ruído visceral do vazio.
Mataram os pássaros num abismo, dinamitaram a Lua e afogaram os peixes. Abismo. Sabemos a depressão em que nos encontramos. Esta psicose e metamorfose mental que nos transforma.
Liga-me...
Telefona-me
Rouba-me 3 segundos. Porque aos pássaros, já não podes salvá-los, e eu ainda tenho uma mão no socalco, prestes a deslizar, por esse abismo imenso. Vazio: Chama-me em redor de mim.
Rasgos da intensidade, meras palavras do vazio que escrevo, do vazio, esse, residual na minha cabeça, residual na nossa projecção de relação, na nossa intimidade que é sobretudo ela, vazia, ou no máximo, reduzida. Reduzida, melhor que vazio. Prespectivas optimistas do mundo ouvem-se com a palavra reduzida. Nada tem sequência no que escrevo, porque o que escrevo, apesar de coerente reflecte a minha cabeça e o meu coração: pedaços de nada, e sobretudo, vazio. Porque eu não sei, e a dúvida é cada vez maior. Mas aperta cá dentro, onde no fundo no fundo, não sei se haverá algo, talvez... Vazio.
Arrumamos em gavetas recordações do que fomos, e talvez, até do que não fomos. Somos a ignorância de seres, somos a prespicácia do contingente terreno que nos deu inteligência. Nem vale a pena entrar por aí. Porque a nossa inteligencia leva-nos, ou pelo menos está a levar-nos para o vazio. Nem meio cheio, nem meio vazio. Vazio de inteligência. Cheio só da ignorância.
Apetece-me não escrever correctamente (José Saramago?), mas ainda consigo ter consideração por alguma alma, essa talvez não-vazia leia o que escrevo. Se o que escrevo é tão vago, tão vazio de coisas e cheias de nada, e se pouco sentido faz ou pouca coêrencia têm, a mim isso não me importa.
O estado de latência, resulta da conservação da caixa do Nada, do vazio que enche os cantos da casa, e ouço, sobretudo, esse silêncio ensurtecedor da noite. Eu não sei. Doido. É talvez loucura sim. Podes-me chamar louco que não levo a mal. Porque dentro do meu cérebro e do meu coração só ouço o ruído visceral do vazio.
Mataram os pássaros num abismo, dinamitaram a Lua e afogaram os peixes. Abismo. Sabemos a depressão em que nos encontramos. Esta psicose e metamorfose mental que nos transforma.
Liga-me...
Telefona-me
Rouba-me 3 segundos. Porque aos pássaros, já não podes salvá-los, e eu ainda tenho uma mão no socalco, prestes a deslizar, por esse abismo imenso. Vazio: Chama-me em redor de mim.
quarta-feira, março 09, 2011
A Luta é... Ironia.
Acabo de ouvir o som dos Homens da Luta e a sua musica que ganhou o Festival Da Canção de apuramento para o Eurovisão. Além disso li também o comentário de Miguel Sousa Tavares à cerca desta mesma canção e noto a ironia com que podemos abordar o tema.
"A Luta é Alegria", é o nome da Canção. É bom ver como é irónico o nome, pois a luta nas ruas não tem servido para muito em Portugal. Estamos embrulhados num esquema de dívida e juros complexo que dificilmente conseguiremos sair rapidamente e onde a tendência é para piorar. Os mercados carregam cada vez mais em cima, e não nos conseguimos aliviar da divida externa.
Não pensem no entanto que eu acho ridiculo e partilho da opinião de Miguel Sousa Tavares. Apesar de saber perfeitamente que não é a melhor musicalidade nem a melhor letra, acho sobretudo importante por ser diferente e na prática, Portugal nunca se destaca na Eurovisão e obtem os mesmos resultados praticamente sempre. De que vale levarmos a melhor canção se não ganhamos?
Somos sobretudo dos unicos países que canta na sua língua. A Eurovisão está à muito reservada para Países de Leste. É um sentimento que percorre os países mais a Sul e é nitidamente isso que fica. Já vimos canções tão boas no sul que não vingaram e outras tão más do Norte e Leste que ganharam. É a triste sina.
No entanto, visto que a Eurovisão é na Alemanha e a plateia alemã vai estar a ouvir o que estamos a cantar, tendo em conta de a Alemanha ser o maior financiador da divida portuguesa, acho que não vai cair em boas graças a canção, mas no entanto, acho que como povo inteligente que são percebam o sentido de humor que leva a canção. E é isso mesmo: uma canção. Não vale a pena entrarmos em politiquices como estão algumas pessoas a tentar fazer. Força Jel, Força Homens da Luta. Não peço a vitória, mas façam o vosso melhor. "A Luta continua!"
"A Luta é Alegria", é o nome da Canção. É bom ver como é irónico o nome, pois a luta nas ruas não tem servido para muito em Portugal. Estamos embrulhados num esquema de dívida e juros complexo que dificilmente conseguiremos sair rapidamente e onde a tendência é para piorar. Os mercados carregam cada vez mais em cima, e não nos conseguimos aliviar da divida externa.
Não pensem no entanto que eu acho ridiculo e partilho da opinião de Miguel Sousa Tavares. Apesar de saber perfeitamente que não é a melhor musicalidade nem a melhor letra, acho sobretudo importante por ser diferente e na prática, Portugal nunca se destaca na Eurovisão e obtem os mesmos resultados praticamente sempre. De que vale levarmos a melhor canção se não ganhamos?
Somos sobretudo dos unicos países que canta na sua língua. A Eurovisão está à muito reservada para Países de Leste. É um sentimento que percorre os países mais a Sul e é nitidamente isso que fica. Já vimos canções tão boas no sul que não vingaram e outras tão más do Norte e Leste que ganharam. É a triste sina.
No entanto, visto que a Eurovisão é na Alemanha e a plateia alemã vai estar a ouvir o que estamos a cantar, tendo em conta de a Alemanha ser o maior financiador da divida portuguesa, acho que não vai cair em boas graças a canção, mas no entanto, acho que como povo inteligente que são percebam o sentido de humor que leva a canção. E é isso mesmo: uma canção. Não vale a pena entrarmos em politiquices como estão algumas pessoas a tentar fazer. Força Jel, Força Homens da Luta. Não peço a vitória, mas façam o vosso melhor. "A Luta continua!"
terça-feira, março 01, 2011
Rebaldaria à Portuguesa
Forróbodó. Um termo esquisito, mas tão aplicável ao estado que nos encontramos em Portugal. Forrobodó, penso eu, como mero leigo que sou, quer dizer confusão e folia juntas. Rebaldaria é em Portugal, e só em Portugal. Introduzi assim o tema porque, para além de querer dar palha e encher a página, é um tema que rima com Justiça Portuguesa.
Estou mesmo a ver um slogan para um reclame face à Justiça Portuguesa. "Zero de Justiça, zero de preocupação, zero de aumentos, reina a insatisfação".
Mas não é só brincadeira. É até um caso bem sério. 13 anos depois a Judiciária chegou a uma conclusão que pelos vistos 3/4 da população portuguesa já tinha chegado e mesmo 7 ou 8 espanhóis: Rui Pedro foi raptado por aquele tal amigo. Ora eu digo que fiquei surpeendido com esta afirmação. Mas não pensem que foi pelo tempo que a PJ demorou a olhar de "novo ângulo" sobre o caso, mas sim o facto do caso ainda não ter sido, como a maioria, arquivado.
Portanto, há um tipo que é visto por umas quantas pessoas num carro a falar com um miudo de bicicleta. Apesar de as pessoas não terem a certeza de quem era, pelos vistos o miudo desapareceu e ninguem toma por suspeito esse tal senhor. Passado 13 anos a PJ resolve pensar que se calhar esse individuo estará envolvido. Não sei porquê mas é esquisito.
É esquisito porque normalmente em Portugal o caso ou é arquivado ou simplesmente arrasta-se até mais infinito. A segunda opção é para casos de corrupção. Não sei se conhecem o Apito Dourado, do qual nunca percebi bem as decisões do processo, e que com aquelas provas evidentes de escutas, consegue reduzir tanto a pena dos dirigentes envolvidos, o que sem duvida, não me admira.
Ou o processo Casa Pia que decorre ao longo de anos e ainda ninguem percebeu se afinal o caso está encerrado ou não. São coisas tipicamente Portuguesas. Deixar e deixar. Arrastar até à exaustão.
Qualquer dia reabrem o processos do homicidio do Rei D. Carlos... Enfim. Viva o Sporting e as suas exibições que sempre nos alegram mais devido à palermice pegada do seu futebol!
Estou mesmo a ver um slogan para um reclame face à Justiça Portuguesa. "Zero de Justiça, zero de preocupação, zero de aumentos, reina a insatisfação".
Mas não é só brincadeira. É até um caso bem sério. 13 anos depois a Judiciária chegou a uma conclusão que pelos vistos 3/4 da população portuguesa já tinha chegado e mesmo 7 ou 8 espanhóis: Rui Pedro foi raptado por aquele tal amigo. Ora eu digo que fiquei surpeendido com esta afirmação. Mas não pensem que foi pelo tempo que a PJ demorou a olhar de "novo ângulo" sobre o caso, mas sim o facto do caso ainda não ter sido, como a maioria, arquivado.
Portanto, há um tipo que é visto por umas quantas pessoas num carro a falar com um miudo de bicicleta. Apesar de as pessoas não terem a certeza de quem era, pelos vistos o miudo desapareceu e ninguem toma por suspeito esse tal senhor. Passado 13 anos a PJ resolve pensar que se calhar esse individuo estará envolvido. Não sei porquê mas é esquisito.
É esquisito porque normalmente em Portugal o caso ou é arquivado ou simplesmente arrasta-se até mais infinito. A segunda opção é para casos de corrupção. Não sei se conhecem o Apito Dourado, do qual nunca percebi bem as decisões do processo, e que com aquelas provas evidentes de escutas, consegue reduzir tanto a pena dos dirigentes envolvidos, o que sem duvida, não me admira.
Ou o processo Casa Pia que decorre ao longo de anos e ainda ninguem percebeu se afinal o caso está encerrado ou não. São coisas tipicamente Portuguesas. Deixar e deixar. Arrastar até à exaustão.
Qualquer dia reabrem o processos do homicidio do Rei D. Carlos... Enfim. Viva o Sporting e as suas exibições que sempre nos alegram mais devido à palermice pegada do seu futebol!
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