terça-feira, junho 19, 2012

Saudade 2.1



Um dia a porta da rua abriu-se
A cidade despiu-se,
O reinado já quase acabou.

Os loucos advém e,
Batem à porta de quem,
A isto os levou.

Já nem o chicote os leva,
Já nem o bom senso os move
Quem a palavra é treva,
Num universo mais pobre.

O natural sentido da vida mundana,
A rotina incansável,
O rosto intocavél,
Na voz de porcelana.

Já não chama por mim à noite,
Já não diz que me ama,
A loucura em mim instalou-se
E a saudade complicou-se.

Há um vazio de ti,
Neste mar a dois,
Um toque de gelo,
A ponta de um icebergue,
Ao teu coração entregue,
Ao qual lanço sempre o meu apelo,
Mas nem responder a isso,
A tua saudade consegue.

Até saudade já faz a resposta torta,
O bater de uma porta,
Discutir a carne, o pão e o peixe,
Enquanto bebo mais um trago de vinho,
Vou correndo travar a porta...
Antes que ela se feche.

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