quarta-feira, dezembro 29, 2010

Yara

Passo claro, mãos em riste
Passa Yara de rosto triste
Nas ruas de Nueva Madri
E chora largamente
Porque partiste.

Yara do cabelo negro,
Em labirintos de lojas, passeia
Sem olho nem vagar
Sem lugar nem beira
Onde possa poisar
O rasgo da sua veia

Olhos cor-esmeralda
Mãos de seda, rasgando a vida
Levanta-se Yara, perdida
À procura do sonho
Da ceara à muito deixada
De uma perda sentida

Yara da blusa rasgada
Recebe o pão para jantar
E olha penetrante a calçada
Onde se vai deitar

Yara não sabe
Yara vagueia sem rumo
Yara perdeu-se comigo,
Yara perdida do mundo,
Cai no abismo profundo
Dos sem-abrigo

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