sexta-feira, dezembro 31, 2010

Year Two Thousand and Eleven

Concentram-se aos molhos milhares de pessoas. Neste momento já devem estar em 2011, a Austrália e outros tais paises que lá vão pelo Oceano Indico e Pacífico. Outros passaram para esse ano depois de nós Portugueses.
O ano que está a chegar, novamente com novos cortes, novos aumentos de impostos, aumento do iva sobre as carteiras dos portugueses. O cinto que já está quase a tirar-nos o ar, vai ficar ainda mais apertando no Novo Ano. Um dia destes nem pudemos respirar. Mas o que eu vejo é que a crise passa ao lado de muitos, sempre com cintos novos todos bonitos e com calças largas.
Apelo aqui desde já a todos os meus leitores o seguinte, porque não elevar o cinto português a patrimonio cultural ou coisa que o valha? Já é tão tradicionalmente nosso que merece um destaque mais elevado na sociedade. O Ministério da Cultura que pense em aproveitar as ideias maravilhosas que sai desta cabecinha. Estava na hora de um Museu Nacional do Cabedal, ou para muito aqueles cintos de plástico para quem os tem.
Outra coisa que eu gosto de ouvir falar é a palavra Crise. Tem sempre grande conotação na minha cabeça.
No dicionário encontrei estas referências:
1. Manifestação súbita,inicial ou não,de doença física ou mental.
Ora fisica ainda não me pareceu que se tivesse manifestado, mas agora na cabeça de algumas pessoas essa palavra leva de certo a uma forte dor de cabeça
2.Fase dificil,grave,na evolução das coisas,dos sentimentos,dos fatos;do colapso.
Fase dificil. Atenção a esta palavra. Portugal além da Crise Mundial, está numa fase dificil desde que eu me lembre. Aliás, nunca ouvi dizer que estamos estáveis na economia. A palavra que ouvi para atenuar os factos, e claro, me deixou muito mais descansado foi a palavra "recuperar" que é repetida governo para governo. Desde de 1993, que eu nasci, Portugal encontra-se a recuperar. Parece daqueles tipos que está ligado à maquina e que nunca percebemos se vai morrer ou salvar-se.
3.Deficiência,penúria.
Deste terceiro ponto eu preferia não comentar, porque somos um exemplo de pouca penuria e deficiencia no estado social. Diria mesmo perfeicção. Nem nunca mandamos nada a baixo, exepto umas 4 a 5 vezes por minuto, mas não é nada comparado com outros paises que apostam na união para ultrapassar isto. De facto eles percebem pouco de corporativismo.
4.Ponto de transição entre uma época de prosperidade e outra de depressão.
O problema encontra-se neste ultimo ponto. Quando é que foi a nossa época de prosperidade? Só se estiverem a falar de caravelas e viagens ao Brasil é que eu posso falar em prosperidade, porque de resto não estou a ver. A unica fase que nós temos é a crise, porque ainda nem sequer fomos suficientemente bons para chegar a depressão como a Grécia e a Irlanda. Realmente, nós somos terriveis e nunca chegamos a lado nenhum. Está na hora de mudar. Nem que seja para chegarmos à depressão. Ao menos já me posso gabar a um amigo sueco que conseguimos atingir alguma coisa.
PS* É melhor ir comprar o seu carro antes que chegue 2011 que o iva vai subir. Mas também nao se esqueça que desvaloriza logo em Janeiro por ser do ano passado. É um dealema que chega a qualquer sem abrigo.

The Man Who Can´t be Moved

Nunca assisti ao seu canto
Nem ao tom da sua voz
Mas nada me vai tirar o seu encanto
Quando estivermos sós.

Não é preciso tocar,
Não é preciso fingir,
Basta só uma palavra,
Que une um só sentir

Pego-lhe nas mãos
Eu sinto o seu bater de asa
O recolher de um lume,
O construir da casa
Nessa amizade que nos une

O poema que aqui escrevo
Não seja o melhor que eu possa dizer
No entanto o seu valor
É assombroso ao pé de outro qualquer

São horas tardias,
Estas onde escrevo
Mas tudo acaba nas minhas mãos
O que começou no nervo
O pensar, o agir
E peço-te só a mesma coragem, a mesma união
Porque são as coisas que dizemos
Que mais se sentem no coração
E a vontade que temos
Trago-a sempre na minha mão
Para algum dia, nos conhecermos
Como se eu fosse um teu irmão

*Ana Teresa Neves Figueiredo - Desculpa qualquer coisa :)
Mas foi o que saiu :) "Não nos move quem nos ama, mas a nossa vontade de amar"

quinta-feira, dezembro 30, 2010

Superstars

Começa no assobio ligeiro a canção de David Fonseca. Gosto de facto da canção pela sua sonoridade. Ao explorar o som, vejo que se trata de uma relação.

They don't know how it really feels
They're just here on holidays
Like dummies filling landscapes
How could they see you cry


E o que faz sentido aqui? Eles são como figurantes neste cenário. Nada mais importa.

quarta-feira, dezembro 29, 2010

Yara

Passo claro, mãos em riste
Passa Yara de rosto triste
Nas ruas de Nueva Madri
E chora largamente
Porque partiste.

Yara do cabelo negro,
Em labirintos de lojas, passeia
Sem olho nem vagar
Sem lugar nem beira
Onde possa poisar
O rasgo da sua veia

Olhos cor-esmeralda
Mãos de seda, rasgando a vida
Levanta-se Yara, perdida
À procura do sonho
Da ceara à muito deixada
De uma perda sentida

Yara da blusa rasgada
Recebe o pão para jantar
E olha penetrante a calçada
Onde se vai deitar

Yara não sabe
Yara vagueia sem rumo
Yara perdeu-se comigo,
Yara perdida do mundo,
Cai no abismo profundo
Dos sem-abrigo

terça-feira, dezembro 28, 2010

Jasmim

Folha rasgada do papel queimado,
Escrevo um nome devagarinho
Como quem sussurra no céu estrelado
E cai de mansinho, no chão caiado

Os versos são simples,
A escrita é pouco elaborada
De quem apenas recorda a saudade
Que chegou pela alvorada

A carta que nunca escrevi
O selo que nunca colei
A musica que nunca ouvi
Os versos que nunca rimei

Porque agora estás no chão
Morta!
E o que me arrependo por não ter tocado
Os teus lábios de Setim
De ter contado os teus beijos de Carmim
E de não ter cheirado
O teu perfume de Jasmim.

E as minhas lágrimas são as tuas.
E a minha campa é a tua
Onde deixo as flores na jarra
Para me levares para sempre.

sábado, dezembro 25, 2010

Porque é Natal


Chove. É dia de Natal.
Lá para o Norte é melhor:
Há a neve que faz mal,
E o frio que ainda é pior.

E toda a gente é contente
Porque é dia de o ficar.
Chove no Natal presente.
Antes isso que nevar.
Pois apesar de ser esse
O Natal da convenção,
Quando o corpo me arrefece
Tenho o frio e Natal não.

Deixo sentir a quem quadra
E o Natal a quem o fez,
Pois se escrevo ainda outra quadra
Fico gelado dos pés.

Fernando Pessoa

domingo, dezembro 05, 2010

Ensina-me a Vo(am)ar

A veia corre saltitando vermelha
Ritmica e inocente
De quem vem precocemente
Aos designios do miocárdio

Quem sou eu e esse mal que tu me fazes?
Esse mal que me obriga a render-me às tuas pazes
Esse mal que me percorre o corpo inteiro
Esse mal que passa no coração primeiro
Que grita solenemente
No fundo da minha alma
E se solta delinguente
Na minha tarde mais calma

E quem manda nele?
Nesse tão nobre sentimento
Que outro ser humano nutre
Ninguem sabe ninguem pensa
Ninguem balança no sustento
De uma vida de criança
E do meu pensamento
Que se dirige num rimbombar
Para o teu ouvido e rapidamente
Para o teu coração e me deixa sem ar.
E das-me a tua mão:
- Ensina-me a voar...