sexta-feira, agosto 20, 2010

Relato(s)

Eu?... Dói muito.
Tenta
Mas dói muito muito.
Não me mexo...
A voz cala-se.
Eu acordo
Choque.
Derrapagem a fundo
Beco sem saída
Hospital? Nao chego na estância
Os alarmes soam
Por sirenes de ambulância
Eu estou deitado
No centro do alcatrão furaz.
Junto a berma está a mota
A mota? Não. Estou confuso
A mota está espetada na parte de traz
Do carro...
Tive sorte... talvez me salve
Ou não...
Tenho medo da morte.
Da não existência
Há minha mãe digam que a amo
Por favor...
É hora da decadência.
E agora sei... agora sei que não aguento
O meu coração arde na brasa
O corpo com tremores, e eu tento
Conter uma forte explosão nuclear
Que existe no meu cerebro
Parece-me a mim um traumatismo
Mas agora não sei bem o que é
Sei que vou morrer.
Quem pensa que morre aos 20 anos?
Mais imagens da minha vida a correr
Na minha cabeça
Lembro-me de tudo hoje.
E estou no ultimo folgo
Eu sei que estou. Acho que tenho um ferro
Na barriga enfiado...
Enquanto a morte não vem, os dentes cerro
Para aguentar... para aguentar...
Branco. Tudo branco. Acabou.

quarta-feira, agosto 18, 2010

Children's

Às vezes não me apetece escrever, ou melhor, não me apetece publicar o que escrevo, mas hoje vou fazê-lo porque acho que é certo.
Há pessoas que nos fazem sentir nós mesmos, que nos fazem sentir como crianças, e nos fazem regressar à inocência e à infinitésima infância. Regressamos ao ponto zero, a um novo mundo de realidades e sentidos, de escolhas, de prazeres e ideias.
O tom com que vos falo parece o de um puto apaixonado, mas não. Por enquanto não há ninguém que preencha esse espaço. No entanto a minha paixão é a própria vida, os amigos, as experiências entre tantas outras coisas. Os sorrisos cruzam o espaço quando estamos assim envolvidos por este clima.
É por isso que me lembra as crianças que riem de qualquer coisa mesmo quando estão com fome ou em estados muito debilitados. Eu gosto bastante de crianças e o sorriso delas é algo inesquecivel e sobretudo puro e inocente. É um sorriso verdadeiro.
Há pessoas que não descolam da nossa mente nem da nossa carne, mas também há as que nem chegam a tocar-nos com as unhas. As pessoas que não descolam, amamo-las, queremo-las. São essas que nos fazem sentir nós e por isso dizemos que não amamos só pelo que as pessoas são mas também do que nós somos quando estamos com elas.

segunda-feira, agosto 02, 2010

Mortágua, Agosto.

É certo que o numero de emigrantes a regressar no verão diminui um pouco em termos de tempo de férias e também no número que regressam. No entanto, Mortágua duplica a populção neste mês de Agosto onde regressam os trabalhadores filhos da terra emigrados alem-fronteiras. 
Em conversa com uma ou outra pessoa também fiquei a saber que vinham para cá pessoas francófonas (acho que se escreve assim) que nem sequer eram naturais de cá ou mesmo quem não tivesse raizes portuguesas. Vinham como amigos de emigrantes e ao que pude apurar essa afluência de pessoas gosta mesmo do nosso país pelas mais variadas razões. Tanto do país como Mortágua. Acho que podemos por os olhos nestes exemplos de que somos um país que as pessoas gostam de visitar, mesmo que, por vezes, em determinados sitios as pessoas tenham de pagar um pouco mais para ver, no entanto, fazem-no por gosto.
Mortágua, como disse eu, duplica. Não quer dizer que seja morta durante o ano, pois a actividade ao fim-de-semana nocturna e durante a semana diurna em Mortágua é francamente positiva comparada com concelhos vizinhos e também para o agregado populacional do concelho.
No entanto, Agosto é mês de férias e festas. Realiza-se agora a Festa da Juventude e Associações, conhecida por "Taskinhas" com um bom cartaz, apesar de surgirem sempre criticas porque não se pode agradar a todos. Um cartaz com nomes de relevância como Blasted Mechanism, Oquestrada, Tributo aos Queen, D'zrt e ainda por ultimo, a tradicional Gala Internacional de Folclore com rancho vindos de várias partes do mundo e que para os apreciadores (sobretudo mais velhos) também são um belo aperitivo.
Mas também os bares e cafés da vila e do exterior da vila tornam este mês de Agosto mais atractivo com muitas festas todos os fim-de-semana e muita animação mesmo quando não existem festas. Além disso as piscinas e o patrimonio natural e humanistico são bons para os turistas e emigrantes (re)visitarem e por isso se sentirem bem aqui. 
Ainda tem também a possibilidade de dar uma escapadela a Coimbra ou Viseu ou mesmo às Praias da Figueira, Mira, Tocha ou qualquer outro ponto de interesse (e há tantos!) no nosso país.
Portugal e Mortágua são por isso sustentados também na emigração por parte dos nossos e do seu turismo que no mês de Agosto aflui em grande escala.