sábado, março 08, 2014

A Formula de Deus: entre a Ciência e a Fé


“Yehi or!”. Faça-se luz.

Não há ninguém que nunca tenha perguntado o porquê. A dúvida, o propósito, as incertezas, as somas da criação. Qual o motivo que nos faz estar neste universo imenso? Entre crenças, Fé, Religião e teorias, avançamos agora para uma ideia que se começa a difundir. Antes, a igreja poderia distanciar-se da ciência, hoje parece aproximar-se. A religião confunde-se, hoje, com a espiral do universo na ânsia de explicar completamente as suas fases. Só lhe dão nomes diferentes: há quem chame Big Bang, Big Crunch, Big Freeze, Universos Rotativos. E há ainda quem prefira optar pela Dança de Shiva, o Dharma ou os Dias da Criação. Parece-lhe ridículo confundir religião com ciência? Não me parece, caro leitor…
É necessário que tudo o que se entenda por religião tenha de ser lido como uma metáfora e não por aquilo que realmente está escrito (ou o leitor acredita que lá no alto está um senhor de barbas brancas a olhar por e para nós?). O que me faz acreditar em Deus é exatamente um véu que não se consegue levantar pela linguagem matemática. Esse Deus é a união das forças universais, as somas exatas, o propósito de estarmos aqui. É o Deus que programou o Big Bang de tal maneira única que foi possível gerar vida, apesar das baixas probabilidades pelas infinitas combinações de números. E deram mesmo certo!
É impensável acreditar que a Bíblia nos diga exatamente como o mundo foi criado, até porque todos nós aceitamos que a nossa existência se deve aos primatas e a uma evolução constante da vida na Terra. Pois, ao que parece os “Dias da Criação” dizem mais do que à primeira vista nos fazem crer.
O que se tem de entender aqui, para já, é que a noção temporal não foi sempre como hoje a conhecemos, tendo existido uma aceleração num fator proporcional à expansão do universo, fato que é confirmado pela medição das ondas de luz primordiais. Ora, analisando essa proporção e os acontecimentos da Bíblia, estranhamente, as coisas batem certo!
O universo é estimado entre 10 mil milhões de anos e 20 mil milhões de anos de existência. As notícias e os dados mais recentemente fornecidos pela NASA apontam estimativas entre 14 mil milhões e 16 mil milhões… Sendo assim, e analisando os tais “Dias da Criação”, poderíamos dizer que o primeiro dia teria um valor de 8 mil milhões de anos, sendo o segundo de 4 mil milhões de anos, o terceiro com 2 mil milhões de anos, o quarto com mil milhões de anos, o quinto com 500 milhões de anos e o sexto com 250 milhões de anos. Quanto dá tudo junto? 15 mil milhões de anos! Justamente o intervalo dos valores da NASA! Coincidência curiosa? Talvez. Mas há mais…
O primeiro dia da Bíblia é descrito como a criação da luz, do céu e da terra. Ora como sabemos foi nesse tempo (entre os 15,7 e os 7,7 mil milhões de anos) que ocorreu o Big Bang e a matéria foi formada. Isto é básico. Acontece que o segundo dia bíblico (entre 7,7 a 3,7 mil milhões de anos) fala-nos na criação do firmamento. Justamente nesta altura formou-se a nossa galáxia e o Sol, basicamente tudo o que é visível da Terra.
Continuando… O terceiro dia bíblico (3,7 a 1,7 mil milhões de anos) fala da formação da terra, do mar e das plantas. Os dados científicos comprovam o arrefecimento, a aparição de água líquida e surgiram imediatamente plantas e bactérias marinhas, inclusivamente algas. E chegamos nós, na nossa pequena viagem, ao quarto dia (1,7 mil milhões a 750 milhões de anos). Estranho como a Bíblia refere que apareceram luzes no firmamento, ou seja, o Sol, a Lua e as estrelas. Mas afinal, esta podemos refutar! Não tínhamos concluído que tinham sido formadas no segundo dia? E é aqui que temos de nos focar como a Bíblia e a Ciência são minuciosas. De fato, a sua formação foi no segundo dia, mas só ao quarto foi possível ver isto. Isto porquê? Só então é que a atmosfera se tornou transparente, deixando ver o céu e dando início à fotossíntese e ao lançamento de O2 para a atmosfera.
 Avancemos, pois, para o quinto dia bíblico (750 a 250 milhões de anos) no qual nos são anunciados os povoamentos por animais, tanto nos céus e na terra como no mar. Os dados biológicos e geológicos confirmam estas datas através do aparecimento dos primeiros animais multicelulares, vida marinha mais complexa e primeiros animais voadores.
E a viagem termina assim, no sexto dia bíblico, quando “Deus” especifica os animais em répteis, animais domésticos e animais ferozes. E mais à frente ainda acrescenta: “façamos o homem”. De novo colocamos em causa: então, mas os animais já não foram criados? É verdade. Mas não estes animais. Ou seja, há cerca de 250 milhões de anos aconteceu a grande extinção, a maior de sempre (sem que haja ainda motivo totalmente determinado) e quando há a referência a répteis, sugere-se aqui os dinossauros e por último o topo da evolução: o homem.
Poderá tudo ser uma imensa coincidência, é certo (até porque eu não vejo a Bíblia como uma verdade absoluta, mas sim um conjunto de valores a preservar). Mas tudo isto leva-nos para um plano de pensamento e de questões mais profundas sobre as quais me poderia alongar por muito mais do que este texto. Sendo assim, surgem-me algumas questões que vos deixo para pensar: E se tudo tiver um propósito? E se Deus existe, como forma de consciência superior ao qual nós apenas somos parte do seu “corpo” que se chama Universo? Seremos nós os seus neurónios? O que sabemos nós sobre a vida? Acabará tudo num Big Crunch, na dança de Shiva? Ou tornar-se-á tudo tão frio que teremos um Universo congelado e inerte?
E as mais profundas das questões: será a robótica a nova fase da evolução? E se tudo estiver programado para a morte deste universo e o início de outro?

* Texto baseado no livro “A Fórmula de Deus” de José Rodrigues dos Santos.

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