“Yehi or!”.
Faça-se luz.
Não há ninguém que
nunca tenha perguntado o porquê. A dúvida, o propósito, as incertezas, as somas
da criação. Qual o motivo que nos faz estar neste universo imenso? Entre
crenças, Fé, Religião e teorias, avançamos agora para uma ideia que se começa a
difundir. Antes, a igreja poderia distanciar-se da ciência, hoje parece
aproximar-se. A religião confunde-se, hoje, com a espiral do universo na ânsia
de explicar completamente as suas fases. Só lhe dão nomes diferentes: há quem
chame Big Bang, Big Crunch, Big Freeze, Universos Rotativos. E há ainda quem
prefira optar pela Dança de Shiva, o Dharma ou os Dias da Criação. Parece-lhe
ridículo confundir religião com ciência? Não me parece, caro leitor…
É necessário que
tudo o que se entenda por religião tenha de ser lido como uma metáfora e não
por aquilo que realmente está escrito (ou o leitor acredita que lá no alto está
um senhor de barbas brancas a olhar por e para nós?). O que me faz acreditar em
Deus é exatamente um véu que não se consegue levantar pela linguagem
matemática. Esse Deus é a união das forças universais, as somas exatas, o
propósito de estarmos aqui. É o Deus que programou o Big Bang de tal maneira
única que foi possível gerar vida, apesar das baixas probabilidades pelas
infinitas combinações de números. E deram mesmo certo!
É impensável
acreditar que a Bíblia nos diga exatamente como o mundo foi criado, até porque
todos nós aceitamos que a nossa existência se deve aos primatas e a uma
evolução constante da vida na Terra. Pois, ao que parece os “Dias da Criação”
dizem mais do que à primeira vista nos fazem crer.
O que se tem de
entender aqui, para já, é que a noção temporal não foi sempre como hoje a
conhecemos, tendo existido uma aceleração num fator proporcional à expansão do
universo, fato que é confirmado pela medição das ondas de luz primordiais. Ora,
analisando essa proporção e os acontecimentos da Bíblia, estranhamente, as
coisas batem certo!
O universo é
estimado entre 10 mil milhões de anos e 20 mil milhões de anos de existência.
As notícias e os dados mais recentemente fornecidos pela NASA apontam
estimativas entre 14 mil milhões e 16 mil milhões… Sendo assim, e analisando os
tais “Dias da Criação”, poderíamos dizer que o primeiro dia teria um valor de 8
mil milhões de anos, sendo o segundo de 4 mil milhões de anos, o terceiro com 2
mil milhões de anos, o quarto com mil milhões de anos, o quinto com 500 milhões
de anos e o sexto com 250 milhões de anos. Quanto dá tudo junto? 15 mil milhões
de anos! Justamente o intervalo dos valores da NASA! Coincidência curiosa?
Talvez. Mas há mais…
O primeiro dia da
Bíblia é descrito como a criação da luz, do céu e da terra. Ora como sabemos
foi nesse tempo (entre os 15,7 e os 7,7 mil milhões de anos) que ocorreu o Big
Bang e a matéria foi formada. Isto é básico. Acontece que o segundo dia bíblico
(entre 7,7 a 3,7 mil milhões de anos) fala-nos na criação do firmamento.
Justamente nesta altura formou-se a nossa galáxia e o Sol, basicamente tudo o
que é visível da Terra.
Continuando… O
terceiro dia bíblico (3,7 a 1,7 mil milhões de anos) fala da formação da terra,
do mar e das plantas. Os dados científicos comprovam o arrefecimento, a
aparição de água líquida e surgiram imediatamente plantas e bactérias marinhas,
inclusivamente algas. E chegamos nós, na nossa pequena viagem, ao quarto dia
(1,7 mil milhões a 750 milhões de anos). Estranho como a Bíblia refere que
apareceram luzes no firmamento, ou seja, o Sol, a Lua e as estrelas. Mas
afinal, esta podemos refutar! Não tínhamos concluído que tinham sido formadas no
segundo dia? E é aqui que temos de nos focar como a Bíblia e a Ciência são
minuciosas. De fato, a sua formação foi no segundo dia, mas só ao quarto foi
possível ver isto. Isto porquê? Só então é que a atmosfera se tornou
transparente, deixando ver o céu e dando início à fotossíntese e ao lançamento
de O2 para a atmosfera.
Avancemos, pois,
para o quinto dia bíblico (750 a 250 milhões de anos) no qual nos são
anunciados os povoamentos por animais, tanto nos céus e na terra como no mar.
Os dados biológicos e geológicos confirmam estas datas através do aparecimento
dos primeiros animais multicelulares, vida marinha mais complexa e primeiros
animais voadores.
E a viagem termina
assim, no sexto dia bíblico, quando “Deus” especifica os animais em répteis,
animais domésticos e animais ferozes. E mais à frente ainda acrescenta:
“façamos o homem”. De novo colocamos em causa: então, mas os animais já não
foram criados? É verdade. Mas não estes animais. Ou seja, há cerca de 250
milhões de anos aconteceu a grande extinção, a maior de sempre (sem que haja
ainda motivo totalmente determinado) e quando há a referência a répteis,
sugere-se aqui os dinossauros e por último o topo da evolução: o homem.
Poderá tudo ser
uma imensa coincidência, é certo (até porque eu não vejo a Bíblia como uma
verdade absoluta, mas sim um conjunto de valores a preservar). Mas tudo isto
leva-nos para um plano de pensamento e de questões mais profundas sobre as
quais me poderia alongar por muito mais do que este texto. Sendo assim,
surgem-me algumas questões que vos deixo para pensar: E se tudo tiver um
propósito? E se Deus existe, como forma de consciência superior ao qual nós
apenas somos parte do seu “corpo” que se chama Universo? Seremos nós os seus
neurónios? O que sabemos nós sobre a vida? Acabará tudo num Big Crunch, na
dança de Shiva? Ou tornar-se-á tudo tão frio que teremos um Universo congelado
e inerte?
E as mais profundas das questões: será a robótica a
nova fase da evolução? E se tudo estiver programado para a morte deste universo
e o início de outro?
* Texto baseado no livro “A Fórmula de Deus” de José Rodrigues dos
Santos.
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