sexta-feira, setembro 13, 2013
Certame Autárquico 2013
Cheira-me a Campanha Eleitoral. Sim, cheira-me porque o papel novo a ser distribuído pelas caixas de correio da minha rua amontoa-se e deixa um cheiro no ar, o que pessoalmente me deixa aborrecido pois estou a tentar arranjar espaço para receber o jornal.
Estes panfletos ganham um novo conceito para mim, o que é incrível como as campanhas eleitorais podem lembrar a infância de qualquer um de nós. Eu fui apanhado por esta onda, pois quando era pequeno a minha mãe costumava dizer que se eu não fizesse alguma coisa, o destino vinha-me bater à porta. E a verdade é que veio, uma vez num domingo de manhã. Eram dois senhores altos e engravatados e queriam que eu lê-se umas revistas e fosse testemunha. É claro que nessa altura os tribunais apavoravam-me e eu disse que os queria fora da minha casa, finalmente entendendo o facto de não abrir portas a desconhecidos.
E depois, passados tantos anos, vem novamente senhores dar-me um significado novo à infância, distribuindo canetas, portas-chaves e convidando-me para uma grande romaria que acontece dia 29. Ainda tentei saber se ia o Emanuel, mas eles riram-se, pensando que eu estava na brincadeira.
Não posso dizer que achei normal, porque afinal as festas do município tinham sido à cerca de um mês e já me estavam a tentar meter noutra.
Bem, mas o problema é que não foi só uma vez. Fui visitado por vários senhores bem vestidos que continuavam a oferecer brindes e folhetos. Guardei-os todos na esperança que a Panini me pudesse oferecer uma caderneta para os coleccionar. Até agora nada...
Fui realmente visitado, sentindo-me especial, pois as pessoas diziam que eu era importante para eles e que só o meu voto poderia mudar as coisas. Confesso que me senti inchado, mas só até ir ao café do Barbosa à noite e me dizerem que não tinha sido o único a ser visitado por estranhos seres. Ponderei ainda se seriam E.T's, mas logo me convenci que não, pois faria mais sentido me oferecerem um Tablet e não um bloco de notas.
No entanto senti-me lisonjeado, pois fui convidado a participar em fóruns e em jantares de campanha. E aceitei o repto, confesso que contrariado, o que para isso pesaram os salgadinhos e diversos snacks que eram distribuidos, entre batatas fritas, rissois e tostinhas com patés. É claro que tive de aguentar as 8 horas de discursos floreados, mas se havia maneira de gastar menos 10 euros em comida, eu estava pronto para isso. Sempre dava para jogar no Totobola em 2 ou 3 semanas consecutivas.
Mas do que gostei mais ainda foram os jantares. A qualidade da chanfana e o convívio de pessoas fez-me bem, pois deu para conversar de tudo, inclusive do bom vinho do Dão que por lá havia. Suportou-se melhor as 8 horas de discurso porque levei cartas para jogar sueca à socapa. Isto foi bom porque conheci o Sr. Aires e ele sabe uns truques.
Nunca percebi foi os Outdoors que por ai andam nas rotundas. Afinal um gajo que trabalha o dia todo, vai beber umas minis ao café do Barbosa e em vez de ter uns cartazes com jovens entre os 20 e os 28 anos com pouca roupa e seios grandes, tem de se contentar com meia dúzia de tipos engravatados, e vá lá duas ou três gajas que nem decote usam. Enfim, são estratégias.
Se fosse eu a campanha eleitoral era diferente... pelo menos tinha boa chicha.
P.S.: Ah, já me esquecia. O Certame realmente é giro, porque conta com nomes como Tino de Rans e Nicolau Breyner, Jorge Gabriel e João Pinto. Será um grande arraial certamente por essas rotundas do país!
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