Os temas são mais que muitos neste período de campanha eleitoral e eu, embora condicionado por duas razões (a de não poder votar por só fazer 18 em Agosto e as sistemáticas discussões sobre os assuntos do FMI), tomei por uns minutos atenção ao pequeno rectângulo que está sobre o móvel da sala.
Curiosamente, num desses apelos de partidos políticos, reparei num pequeno partido denominado PDA ou Partido Democrático do Atlântico. Não que me fizesse um verdadeiro apelo ao voto, pois as ideias eram demasiado separatistas no que diz respeito à regionalização e aspectos descentralizadores, já para não falar no facto do partido defender "apenas" os cidadãos do Norte do país e Açores, que não deve ser o objectivo de um partido político. Mas o tema que me levou a escrever esta pequena crónica (por enquanto é pequena, ainda não sei o que virá aí!) é a Regionalização.
Ora é incontornável que se pensem em diversas questões sobre este tema, como se estamos centralizados em demasia, ou quais são mesmo as divisões que temos tanto fisicamente, como socialmente. Por um lado, e começando pelo foco deste pequeno partido, temos o NORTE e VALE DO TEJO, que significa a concentração maior da população portuguesa, quer queiramos quer não. É no Norte que o lucro é maior, vindo comprovar estatísticas do INE, tal como a produção, a exportação, que por vezes esse tal lucro não chega para pagar os prejuízos de Lisboa e Vale do Tejo, a tal região onde tudo acontece, a que chamo carinhosamente a "grande aldeia" de Portugal. Essa tal “grande aldeia” tem de facto uma enorme evidência: têm quase 3 milhões, ou seja, mais de 1/4 da população portuguesa vive nesta região, mas não só esta região como todo o litoral tem a maior fatia populacional. É certo por isso que os maiores investimentos tenham de ser feitos nestas zonas (considero ainda mais valorizada Lisboa e Vale do Tejo), mas às vezes há outros investimentos que deveriam ser feitos noutras zonas. É o caso do Interior, é o caso do Centro.
Talvez esse tal investimento que falta, levasse a uma regionalização, com cada região a produzir e investir naquilo que produz e não a ser investido pelo poder central que não conhece inteiramente a realidade (Sim para mim é preciso apalpar o terreno e sentir a terra todos os dias para saber o que vai ela dar!). Dando exemplos concretos, falo do facto de Bragança e Portalegre serem ainda os únicos distritos que não tem auto-estrada (embora a A4 esteja a ser prolongada até Bragança), ou que Viseu e Coimbra não estejam ligadas por uma Auto-estrada mas sim por um IP3 que está num estado lastimável, ou que Coimbra-Castelo Branco seja praticamente o mesmo (ou talvez mais) que Coimbra-Lisboa (uma distância bem maior em linha recta). Mas não são só redes rodoviárias com sentido fulcral no desenvolvimento da região (sim porque a maior percentagem é sempre no litoral), mas também investimento maior no turismo (tanta potencialidade no Centro tão pouco aproveitada, infelizmente!) e preservação do ambiente, na produção agrícola e naquilo que a região pode oferecer. Cada região deve ter a sua marca, e o Centro tem a sua marca se o deixarem com as mesmas oportunidades que maior parte das regiões têm. O Algarve só é o que é porque existe um Aeroporto Internacional, uma A2, uma Via do Infante, entre outras infra-estruturas do estado. É por isso que quando se coloca uma questão simples como a possibilidade de a construção de um aeroporto no centro (existe já um em Beja e Bragança), eu digo sim!
As pessoas têm uma ideia errada! Não se pretende um Aeroporto como o Sá Carneiro ou o da Portela, mas sim um aeroporto que seja para voos domésticos e de low cost, um aeroporto de baixo custo era mais que uma vantagem pois traria preços bem mais competitivos que ir a Lisboa (do género de ter de pagar um preço de comboio maior que o de avião numa low cost) e que traria turismo à região. É preciso criar condições. Troços como a A24 com ligação para Coimbra e melhoramento de acessos litoral-interior e entre pontos do interior, só vai melhorar a vida das pessoas e trazer investimento.
Não aponto culpados, mas sim um culpado: O Governo Central sucessivamente. Não foi Sócrates ou Guterres ou Portas ou Santa Lopes e Durão Barroso. Foram sim eles todos. Até porque por exemplo Sócrates tentou mesmo construir algumas ligações e investir no interior, mas a crise impediu-o de o concretizar.
Para se ver que a ideia não é absurda, há factos que apoiam, como empresas dispostas a investir sem grandes custos para o estado, com apenas aumentos de aeródromos e construção de infra-estruturas necessárias, como se fez e está a fazer em Beja e Bragança. Para se ver que primeiro voou-se de Bragança e só depois lá chegará a Auto-estrada. É triste, mas é o nosso país, ou a nossa "grande aldeia".
A ideia não é uma separação do país, mas uma afirmação de um produto do país. A região Centro é o produto e a nossa marca. E se não avançarmos ninguém avançará por nós. São tempos difíceis, mas questões a pensar.
Curiosamente, num desses apelos de partidos políticos, reparei num pequeno partido denominado PDA ou Partido Democrático do Atlântico. Não que me fizesse um verdadeiro apelo ao voto, pois as ideias eram demasiado separatistas no que diz respeito à regionalização e aspectos descentralizadores, já para não falar no facto do partido defender "apenas" os cidadãos do Norte do país e Açores, que não deve ser o objectivo de um partido político. Mas o tema que me levou a escrever esta pequena crónica (por enquanto é pequena, ainda não sei o que virá aí!) é a Regionalização.
Ora é incontornável que se pensem em diversas questões sobre este tema, como se estamos centralizados em demasia, ou quais são mesmo as divisões que temos tanto fisicamente, como socialmente. Por um lado, e começando pelo foco deste pequeno partido, temos o NORTE e VALE DO TEJO, que significa a concentração maior da população portuguesa, quer queiramos quer não. É no Norte que o lucro é maior, vindo comprovar estatísticas do INE, tal como a produção, a exportação, que por vezes esse tal lucro não chega para pagar os prejuízos de Lisboa e Vale do Tejo, a tal região onde tudo acontece, a que chamo carinhosamente a "grande aldeia" de Portugal. Essa tal “grande aldeia” tem de facto uma enorme evidência: têm quase 3 milhões, ou seja, mais de 1/4 da população portuguesa vive nesta região, mas não só esta região como todo o litoral tem a maior fatia populacional. É certo por isso que os maiores investimentos tenham de ser feitos nestas zonas (considero ainda mais valorizada Lisboa e Vale do Tejo), mas às vezes há outros investimentos que deveriam ser feitos noutras zonas. É o caso do Interior, é o caso do Centro.
Talvez esse tal investimento que falta, levasse a uma regionalização, com cada região a produzir e investir naquilo que produz e não a ser investido pelo poder central que não conhece inteiramente a realidade (Sim para mim é preciso apalpar o terreno e sentir a terra todos os dias para saber o que vai ela dar!). Dando exemplos concretos, falo do facto de Bragança e Portalegre serem ainda os únicos distritos que não tem auto-estrada (embora a A4 esteja a ser prolongada até Bragança), ou que Viseu e Coimbra não estejam ligadas por uma Auto-estrada mas sim por um IP3 que está num estado lastimável, ou que Coimbra-Castelo Branco seja praticamente o mesmo (ou talvez mais) que Coimbra-Lisboa (uma distância bem maior em linha recta). Mas não são só redes rodoviárias com sentido fulcral no desenvolvimento da região (sim porque a maior percentagem é sempre no litoral), mas também investimento maior no turismo (tanta potencialidade no Centro tão pouco aproveitada, infelizmente!) e preservação do ambiente, na produção agrícola e naquilo que a região pode oferecer. Cada região deve ter a sua marca, e o Centro tem a sua marca se o deixarem com as mesmas oportunidades que maior parte das regiões têm. O Algarve só é o que é porque existe um Aeroporto Internacional, uma A2, uma Via do Infante, entre outras infra-estruturas do estado. É por isso que quando se coloca uma questão simples como a possibilidade de a construção de um aeroporto no centro (existe já um em Beja e Bragança), eu digo sim!
As pessoas têm uma ideia errada! Não se pretende um Aeroporto como o Sá Carneiro ou o da Portela, mas sim um aeroporto que seja para voos domésticos e de low cost, um aeroporto de baixo custo era mais que uma vantagem pois traria preços bem mais competitivos que ir a Lisboa (do género de ter de pagar um preço de comboio maior que o de avião numa low cost) e que traria turismo à região. É preciso criar condições. Troços como a A24 com ligação para Coimbra e melhoramento de acessos litoral-interior e entre pontos do interior, só vai melhorar a vida das pessoas e trazer investimento.
Não aponto culpados, mas sim um culpado: O Governo Central sucessivamente. Não foi Sócrates ou Guterres ou Portas ou Santa Lopes e Durão Barroso. Foram sim eles todos. Até porque por exemplo Sócrates tentou mesmo construir algumas ligações e investir no interior, mas a crise impediu-o de o concretizar.
Para se ver que a ideia não é absurda, há factos que apoiam, como empresas dispostas a investir sem grandes custos para o estado, com apenas aumentos de aeródromos e construção de infra-estruturas necessárias, como se fez e está a fazer em Beja e Bragança. Para se ver que primeiro voou-se de Bragança e só depois lá chegará a Auto-estrada. É triste, mas é o nosso país, ou a nossa "grande aldeia".
A ideia não é uma separação do país, mas uma afirmação de um produto do país. A região Centro é o produto e a nossa marca. E se não avançarmos ninguém avançará por nós. São tempos difíceis, mas questões a pensar.
· Texto de mera opinião pessoal sem afirmação ou intenção política