segunda-feira, dezembro 12, 2011

Luz

Não tremas, nem temas. O frio desaparece e o medo dilui-se na noite. As vozes ecoam na igreja larga lá na Praça do Santo, na árvore de todos os sonhos. Nasceu, Ele. Yehi Or! Faça-se luz.
Do que vale ele nascer todos os anos quando a paz está longe? De que vale nascer ele se a igreja é a mesma, o ouro que percorre todas essas basilicas, que chegaria para dar de comer e de beber a tantos milhares de pessoas? De que vale?
É apenas um Deus vazio, escrito num livro de histórias, alteradas ao longo do tempo que eles querem encobrir, para vocês, homens de fé, que de pouca culpa têm, oferecem metade do vosso pão a quem já tem um banquete montado. É pena que seja sempre nesta altura que nos lembramos das pessoas. Os supermercados e as grandes marcas lembram-se sempre de mim, com grandes reclames para eu comprar, antecipando saldos e encobrindo uma crise que está no soalho do meu quarto. Alguns mais generosos ainda se lembram dos outros. A maioria da família. Vazio.
Velho ditado esse d' "O Natal é quando um homem quiser", mas cada vez há menos Natais, menos união, faternidade e todos aqueles adjectivos que estão em perigo de extinção, apenas perservados pelos dicionários.
É fundamental ajudar. Fundamental dar. Não só para eles. Para nós. Preencher o espaço Vazio e chamar-lhe aquilo que os Homens já não conhecem: o Amor, a Amizade, Lealdade... Tantas coisas que já não compreendemos. Porque na nossa mente existe apenas um longo e grande silêncio: Vazio.
Porque...
Eu não tento, eu consigo
Eu não procuro, eu encontro
Eu não protesto, eu exijo
Eu não caminho, eu galopo
Eu não recebo, eu dou
Eu não quero ser,
Simplesmente.
Sou.