Linha

O fim da linha
está próximo e vou
fixando a paisagem,
num rosto calmo e inospito
atravesso uma longa viagem
De coração sarado mas ardente
desfolho vagamente,
a próxima paragem.
Olho para a divina e esbelta
lá à frente e lembro outra tão diferente
e me dá outra imagem.
Passo o túnel, a serra, a ponte,
desco o rio, a escarpa e fixo
o horizonte verde que não escapa.
Chamam-lhe Beira de grande altitude
a esta linha peculiar,
mas do meu raro olhar será apenas
a minha linha, o meu prazer de viagem,
que trago com ternura, e sempre que parto,
levo no sorriso e na bagagem

Saudade.

Com sete letras se fazem a palavra saudade. Sete de sorte ou de azar?
No caso de azar. Saudade é a sétima palavra com maior dificuldade de tradução e tão originária das gentes de Portugal. O azar é a causa da saudade. A saudade de ver partir o outro, de não se ter quem quer, de lembrar os que já foram, os que ja partiram, os que não estão.
Saudade é a palavra que abre o cofre da alma.
É surreal a palavra saudade. Está interlaçada nas nossas ligações e laços terrenos e espirituais. Saudade é lembrar aquilo que ja não podemos ter...
Saudade é o nome comum, a palavra complexa que nos traz a vida. Saudade é um substantivo intocável, um substantivo abstracto que foca o ponto central da alma.
O baú das memórias, a saudade das glórias passadas, dos momentos bons, das vidas ocorridas que despertaram um dia uma paixão, um amor fugaz ou uma amizade espontânea.
Saudade somos todos nós. Somos ALMA.

"Chorei mas não sei se alguém ouviu, nem sequer sei quem me viu, sabe a dor que em mim carrego. E a ângustia que se esconde, vou ser forte, vou-me erguer e ter coragem de querer... Eu prometo!" (Alguém-me ouviu- BossAc feat Mariza)